A Polícia Federal (PF), com o apoio da Controladoria-Geral da União (CGU), deflagrou nesta quinta-feira (9) uma nova fase da Operação Sem Desconto para investigar um esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões. A ação cumpre 66 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em oito estados e no Distrito Federal.
Os mandados são cumpridos em São Paulo, Sergipe, Amazonas, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Pernambuco, Bahia e no Distrito Federal. O objetivo da PF é aprofundar as investigações sobre crimes como inserção de dados falsos em sistemas oficiais, constituição de organização criminosa e atos de ocultação e dilapidação patrimonial. As autoridades estimaram, quando o esquema foi revelado em abril, um prejuízo de cerca de R$ 6 bilhões envolvendo entidades e associações.
O esquema já resultou em prisões, incluindo a de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como "Careca do INSS", e a do empresário Maurício Camisotti em 12 de setembro. Segundo a PF, o "Careca do INSS" atuava como intermediário, recebendo cerca de R$ 50 milhões de entidades associativas e repassando parte dos valores para servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) ou familiares. Camisotti é investigado como um dos beneficiários finais das fraudes ligadas a associações.
Em depoimento à CPMI do INSS no dia 25 de setembro, o "Careca do INSS" negou ligação de suas empresas com as fraudes, afirmando que começou a atuar em 2017 vendendo um aplicativo de serviços e negando ter recrutado associados ou acessado o sistema do INSS. Camisotti, por sua vez, nega as acusações.